

O"Fast Fashion"
e os impactos ambientais

Sobre
Diariamente, o mercado da moda lança novos produtos e se renova de acordo com as tendências do momento, com isso alimentando o consumo desregrado por parte dos amantes da chamada
“Fast Fashion”.
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O que muitos desses consumidores deixam passar despercebido é o grande impacto ambiental decorrente dessas produções, que chega a afetar desde o plantio até a confecção da peça, além do impacto da comercialização. O uso de pesticidas e fertilizantes no cultivo do algodão, a contaminação do solo, da água e da fauna, o consumo de energia e água, que também envolve o problema da mão de obra explorada de maneira excessiva, constituindo o trabalho escravo nas grandes marcas e lojas do mundo.
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No Brasil, a estimativa de resíduos têxteis é de 175 mil toneladas por ano. Desse total, apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas na produção de barbantes, novas peças de roupas e fios, segundo dados da associação brasileira da indústria têxtil e confecção (ABIT), diariamente são descartadas inadequadamente 12 toneladas de resíduos têxteis. No País, cada peça dessas é jogada diretamente no lixo comum, apenas 58% do total coletado tem como destino os aterros sanitários e somente 4% é reciclado.
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A indústria da moda contribui, e muito para a poluição ambiental, ela ocupa o segundo lugar no ranking das indústrias mais poluentes. Segundo informa a BBC, o poliéster, que é a fibra sintética mais usada na indústria têxtil, gasta 70 milhões de barris de petróleo para ser produzido, além de demorar cerca de 200 anos para se decompor. A viscose, outro tipo de tecido feito da celulose, provoca a derrubada de 70 milhões de árvores anualmente e, para se ter uma ideia, na fabricação de uma só camiseta são gastos 2.700 litros de água.
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Outro material prejudicial ao meio ambiente são as fibras sintéticas derivadas do plástico. Elas poluem mares e oceanos. A poluição é tanta que o ecólogo Mark Browne analisou a presença de micro plástico em praias de 18 locais do mundo e descobriu que, em 85% são materiais sintéticos acumulados. Uma das possibilidades para evitar tais consequências ambientais é a reciclagem de tecidos. Atualmente, a sociedade produz mais do que necessita consumir, gerando o esgotamento de recursos naturais e a geração de lixo e poluição. Por isso, a importância de saber como são feitas roupas, sapatos e bolsas. A fabricação desses produtos tem um custo ambiental muito alto e traz à tona problemas longe de serem resolvidos.
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A indústria da moda contribui, e muito para a poluição ambiental, ela ocupa o segundo lugar no ranking das indústrias mais poluentes. Segundo informa a BBC, o poliéster, que é a fibra sintética mais usada na indústria têxtil, gasta 70 milhões de barris de petróleo para ser produzido, além de demorar cerca de 200 anos para se decompor. A viscose, outro tipo de tecido feito da celulose, provoca a derrubada de 70 milhões de árvores anualmente e, para se ter uma ideia, na fabricação de uma só camiseta são gastos 2.700 litros de água.

A sustentabilidade deixou de ser tendência para transformar-se em estilo de vida, e alça vôo nos mais diversos setores industriais: os conceitos de upcycling, slow fashion e cruelty-free tornaram-se característicos da moda e comportamento da Era Digital. No entanto, se lançarmos nossos olhares para o passado, veremos que nenhum destes conceitos são novidades, mas desenvolvem-se conforme a conscientização humana através da história.
Pensar sobre quem fez e em quais condições foram feitas as roupas que compramos tem se tornado cada vez mais comum. Assim como questionar o impacto ambiental da produção têxtil e a origem dos materiais usados, desafio assumido pelas marcas chamadas de sustentáveis.
O conceito de moda sustentável, também conhecido como “eco fashion”, tem movimentado pessoas em todo o mundo. Criado em 2013, o movimento americano “Fashion Revolution” teve início após o desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, que deixou 1.133 mortos e 2.500 feridos. O local abrigava trabalhadores que produziam roupas de grandes marcas em condições bastante precárias.
No Brasil, o tema da moda sustentável dialoga também com as estratégias de combate ao trabalho escravo. Surgiram dezenas de casos nos últimos anos em que grandes marcas foram identificadas terceirizando sua produção para oficinas que contratavam funcionários em condições precárias de trabalho.

A moda sustentável alçou vôo no século 21 e passou de uma simples tendência para um comportamento. Deixando o básico de lado para buscar destaque em vitrines e passarelas de todo o mundo, a moda responsável encontrou espaço entre os estilistas e, hoje,é um rentável ponto de encontro entre as grandes marcas e a elegante consciência verde.
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A palavra sustentabilidade está na moda. A cada dia, multiplicam-se movimentos engajados na promoção do bem econômico, atrelado ao bem ético e ecológico, buscando o aprimoramento de recursos naturais para suprir as necessidades humanas e garantir sua permanência na posteridade.
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O mercado da moda cada vez mais vem incorporando-se ao estilo de vida das pessoas, ao passo que a própria sociedade também vai absorvendo as tendências desse mercado.
No entanto, não se sabe ao certo se as marcas de moda, conseguem atingir o público com o “lifestyle” e ao mesmo tempo, possuir um posicionamento sustentável que desejam entregar.
Por isso, buscamos aprofundar nesse assunto sobre a Moda Sustentável e saber se as marcas realmente estão em prol ou é meramente um marketing.

O caso em Bangladesh
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Desmoronamento de um prédio de três andares onde funcionava uma fábrica de tecidos (Rana Plaza) em Bangladesh. O acidente salientou as condições de trabalho perigosas na indústria local e levou a promessas de mudança dos varejistas, que incluem, GAP, H&M,Walmart, Target e outras marcas.
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Um dia antes do ocorrido, alguns funcionários das confecções alertaram publicamente para a existência de rachaduras, o que provocou pânico entre os trabalhadores. O problema chegou a provocar uma correria que deixou dez feridos. Mas todos foram obrigados a retornar ao trabalho pelos chefes. Uma hora depois do retorno desses trabalhadores, o edifício desabou com um grande barulho.
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Na tragédia, ocorrida em Dhaka, morreram pelo menos 377 pessoas.
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Estimativas disseram que 3 mil pessoas trabalhavam no momento em que o prédio desabou. Cerca de 2.430 sobreviveram.
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É no norte da capital de Dhaka em que se concentra a maior parte de fábricas de roupas do País.
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Muitas delas fabricam peças para marcas internacionalmente conhecidas. Um sinal para os críticos em que o “boom de roupas” significa a ultrapassagem dos limites, na tentativa desesperadora de alimentar o apetite do Ocidente por vestimentas mais baratas. O Rana Plaza, era mais uma entre as dezenas de fábricas locais.
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Grandes incorporações possuem dezenas de fábricas ilegais em Bangladesh, inúmeras dessas operações, ocorrem à margem do poder governamental e não cumprem com os requisitos mínimos de segurança.
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Poucos anos depois do colapso do prédio, as confecções fornecedoras de artigos para os maiores nomes do comércio mundial até agora, deixaram de implementar reformas fundamentais, segundo seus próprios critérios.



A moda sugere

CONTRA O TRABALHO ESCRAVO - Marcas sustentáveis buscam mostrar quem são as pessoas que participam de cada processo da cadeia de produção. Diferentemente de marcas grandes, que têm um processo de produção, em muitos casos, escondido do público. COMPROMETIDA COM O MEIO AMBIENTE - A reutilização de materiais recicláveis das roupas, como o uso de garrafas pets, também se tornou uma saída para marcas sustentáveis. Prolongando a vida útil de materiais que já estavam disponíveis no meio ambiente antes. E transformando tecidos de peças em outros produtos.
Conversamos com a aluna do Design de Moda da Unifor que, em 2017, no último semestre do seu curso, elaborou uma produção de moda sobre Rendas do Ceará voltada para a questão sustentável. Sobre seu envolvimento nesse assunto, fomos saber que posição ela tem diante do novo cenário da moda.
Qual a sua visão frente a esse posicionamento?
Rebeca Gurgel: “Se for uma situação realmente sustentável não só na parte ecológica, mas também, na social e econômica, eu acho uma atitude corajosa, visionária e de muita sabedoria. É algo muito positivo que há passos bem lentos e traz um pouco mais de visibilidade, e nós da moda, devemos lutar por uma moda mais limpa e um consumo mais consciente.”
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Qual seu posicionamento em relação às marcas que ainda não se despertaram?
RG: “Ainda são pouquíssimas marcas com consciência ecológica, mais eu tento consumir o mais consciente que eu posso.”
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Qual a sua visão frente a esse posicionamento da moda?
RG: “Infelizmente a indústria da moda é segunda indústria mais suja do mundo, perdendo apenas para o Petróleo. Os homens pensam em lucrar com uma ganância que afeta todo o planeta, várias famílias e vilas pela poluição da água, do ar e dos alimentos. Não é só o meio ambiente que sofre com a indústria da moda, ainda há trabalho escravo em países pobres como Índia. Bom, espero que, aos poucos,a humanidade mude e cobre das marcas sustentabilidade, pois, enquanto consumo ignorante e exacerbado estiver acontecendo, as empresas não vão parar de poluir e escravizar.”
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A moda pode ser 100% sustentável?
RG: “Ainda não. Mesmo as empresas que tentam ter o máximo de sustentabilidade possível, não conseguem ser 100%. É inevitável que algo não se torne lixo, o que podemos fazer é diminuir o tempo de decomposição, economia da água e o cuidado com os produtos que vão nela; se vão atingir e poluir os lençóis freáticos.”
Quando chegam a uma loja e ela se diz ser sustentável, como tem a certeza?
RG: “Tem que pesquisar, ver composição, pesquisar histórico da marca, pesquisar saber."
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Qual a dica que você daria para quem busca consumir produtos que não causem tantos danos ao meio ambiente?
RG: “Primeiro passo é a pesquisa e o conhecimento, o segundo é a consciência e depois, é saber que sustentabilidade não é apenas ambiental, mas também social e econômica. Tem que ser justo pra todo mundo, pra quem faz, para o dono, para o consumidor e para o meio ambiente.”
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Como saber a origem de cada material que é carro chefe da marca?
RG: “Na etiqueta do produto vem com a composição do tecido, lá é o canto mais fácil de saber o material que é usado. Já a origem, é complicado de saber e difícil de ser encontrado.”






Depoimento
Diante do grande crescimento de debates acerca das questões ambientais, o mercado da moda que já foi consideravelmente criticado pela aparente ausência de preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, vem cada vez mais modificando essa imagem através das bandeiras que levanta e ações que apoia. As marcas que compõem o mercado de moda parecem estar preocupadas em demonstrar o que fazem pelo meio-ambiente e pelo bem-estar social. Essa preocupação está vinculada a uma notória mudança no padrão de consumo que, por sua vez, é reflexo da nova forma de pensar e agir dos consumidores na contemporaneidade.
Conversamos com diferentes empresários de marcas conhecidas pelo Brasil para entender um pouco mais sobre a colocação delas frente a essa questão.





Nova
Imagem
Celina Hissa empresária da Catarina Mina
Paulo Pedó
Diretor Criativo Melissa
Milene Ferreira empresária da Camisas feitas com PET
Dentro do nosso sistema econômico atual, sustentabilidade ainda é praticamente inviável. É claro que, sem sombra de dúvidas, a moda que permanece é aquela que une desejo a iniciativas green.
Muitas são as medidas que podem ser empregadas para reduzir os impactos sociais e ambientais na indústria da moda como: maior vida útil do produto, tecidos que causem menor impacto social, verificar as procedências das matérias-primas, assegurar condições dignas de trabalho, upcycling e entre outras.
Cabe às marcas e aos consumidores a decisão na escolha de um posicionamento ético frente à moda. Diante dessa preocupação, surgiram correntes que visam um consumo mais consciente e estão alinhadas com uma proposta mais ecológica.

CORRENTES SUSTENTÁVEIS


Especialistas
da
moda




Renata Santiago
Professora do curso de Design de Moda da Unifor. Empresária da empresa Moda pra Mim que na coleção de Maio de 2017 “O Choro de Iracema”, buscou a sustentabilidade em suas roupas.
Em entrevista, ela comenta sobre os desafios e os caminhos possíveis para se construir uma cultura de moda consciente e sustentável nos âmbitos sociais, econômicos e ambientais, dando informações sobre produtos sustentáveis, como buscar através do marketing passar o lado sustentável da marca e além disso, muita dica para quem deseja ser um consumidor sustentável.
Raquel Gondim
Professora do curso de Design de Moda da Unifor. Utiliza em suas pesquisas e aulas a questão da Economia Criativa, por ser de extrema importância para o segmento da Moda Sustentável.
Ela nos fala sobre os diferentes meios sustentáveis que uma marca precisa ter em seus produtos, explica sobre o APP Moda Livre que nos ajuda a saber se uma marca é ou não ecologicamente correta e se esse “marketing” é usado corretamente.
Dados

Opinião
do
Repórter
Atualmente, não existe moda 100% sustentável. Muitas marcas tentam mostrar ao consumidor mas, não tem como algo ser totalmente ecológico pois todos os produtos viram lixo. Infelizmente, o marketing em relação a isso é muito grande, pois a qualquer custo, as marcas querem vender para o consumidor, muitas vezes querendo transmitir uma "sustentabilidade" sem mesmo existir.
O mais importante de tudo não seria somente a mudança da marca mas também, comportamental.
Portanto, para evitar impactos ao meio ambiente, as empresas devem buscar adquirir métodos e processos menos poluentes mas acima de tudo, mostrar o verdadeiro marketing sustentável da marca. E, no caso do consumidor, ele deve possuir atitudes positivas que preservam os recursos naturais, mantenham o equilíbrio ecológico e garantam um bom futuro para as próximas gerações.
A moda sempre foi um grande enigma diante da sociedade de modo geral, e pesquisar sobre moda sustentável, se tornou uma forma de conhecimento e abertura para novas ideias e descobertas.

Matéria por
Amanda Roberta Braga Vieira (aluna do 6º semestre do curso de Jornalismo Unifor)
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Ingrid Ohara Melo Teixeira (aluna do 8º semestre do curso de Jornalismo Unifor)
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Jemyma Scarlet Bastos Andrade (aluna do 4º semestre do curso de Jornalismo Unifor)


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